sábado, 19 de outubro de 2013

Centenário de Vinicius de Moraes

Nesta data 19 de outubro de 2013, Vinicius de Moraes completaria seus 100 anos de vida. *O*
Quem dera ele estivesse vivo para comemorar com mais um de seus fantásticos poemas.
Seguidores do meu blog, sabe muito bem que eu sou super fã de sonetos, e consequentemente de Vinicius, já que ele escrevia sonetos maravilhosos.

E eu estava até ansiosa para fazer um post nesse dias, vocês acreditam? rsrsrs'
Porém, nesse dia eu quis fazer diferente... não postando um soneto, mas um poema inspirador, pra mim.



O HAVER

Rio de Janeiro , 2004

Resta, acima de tudo, essa capacidade de ternura
Essa intimidade perfeita com o silêncio
Resta essa voz íntima pedindo perdão por tudo
- Perdoai-os! porque eles não têm culpa de ter nascido...

Resta esse antigo respeito pela noite, esse falar baixo
Essa mão que tateia antes de ter, esse medo
De ferir tocando, essa forte mão de homem
Cheia de mansidão para com tudo quanto existe.

Resta essa imobilidade, essa economia de gestos
Essa inércia cada vez maior diante do Infinito
Essa gagueira infantil de quem quer exprimir o inexprimível
Essa irredutível recusa à poesia não vivida.

Resta essa comunhão com os sons, esse sentimento
Da matéria em repouso, essa angústia da simultaneidade
Do tempo, essa lenta decomposição poética
Em busca de uma só vida, uma só morte, um só Vinicius.

Resta esse coração queimando como um círio
Numa catedral em ruínas, essa tristeza
Diante do cotidiano; ou essa súbita alegria
Ao ouvir passos na noite que se perdem sem história...

Resta essa vontade de chorar diante da beleza
Essa cólera em face da injustiça e do mal-entendido
Essa imensa piedade de si mesmo, essa imensa
Piedade de si mesmo e de sua força inútil.

Resta esse sentimento de infância subitamente desentranhado
De pequenos absurdos, essa capacidade
De rir à toa, esse ridículo desejo de ser útil
E essa coragem para comprometer-se sem necessidade.

Resta essa distração, essa disponibilidade, essa vagueza
De quem sabe que tudo já foi como será no vir-a-ser
E ao mesmo tempo essa vontade de servir, essa
Contemporaneidade com o amanhã dos que não tiveram ontem nem hoje.

Resta essa faculdade incoercível de sonhar
De transfigurar a realidade, dentro dessa incapacidade
De aceitá-la tal como é, e essa visão
Ampla dos acontecimentos, e essa impressionante

E desnecessária presciência, e essa memória anterior
De mundos inexistentes, e esse heroísmo
Estático, e essa pequenina luz indecifrável
A que às vezes os poetas dão o nome de esperança.

Resta esse desejo de sentir-se igual a todos
De refletir-se em olhares sem curiosidade e sem memória
Resta essa pobreza intrínseca, essa vaidade
De não querer ser príncipe senão do seu reino.

Resta esse diálogo cotidiano com a morte, essa curiosidade
Pelo momento a vir, quando, apressada
Ela virá me entreabrir a porta como uma velha amante
Mas recuará em véus ao ver-me junto à bem-amada...

Resta esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto
Esse eterno levantar-se depois de cada queda
Essa busca de equilíbrio no fio da navalha
Essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo
Infantil de ter pequenas coragens.

-Vinicius de Moraes.


Essa semana acompanhei que várias escolas, programas de tv e cidades homenagearam nosso querido poeta, letrista, crítico, dramaturgo, roteirista, e diplomata Vinicius de Moraes. Até no Dooble do Google o "Poetinha" foi homenageado.




Saiba mais sobre Vinícius acessando o baita site que conta toda a sua vida e ainda tem várias e várias de suas poesias, basta clicar aqui.

Aguardo comentários e dicas de novos escritores!
Beijos para todos!

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Nova saudade

Seja como quiser ser.
Essa noite seria linda de qualquer forma,
bastaria que estivéssemos lá.
Nem precisava falar muita coisa...
Um olhar e uns sorrisos...
e o barulho dos pensamentos...
Que desejavam um dia inteiro naquela noite só.
E dois pedidos subentendidos de um abraço
-duradouro,
que nos deixasse saciados de saudades.
Mas, não!

Estranha é a saudade.
Nos rodeando a noite inteira,
só para fazer bobeira,
depois da segunda despedida!


"Pra fazer poesia
tem que ter inspiração,

Se forçar...
Nunca vai ficar boa" - Vinícius de Moraes.

"Enquanto Eu tiver perguntas e não haver respostas... Continuarei a escrever"

- Clarice Lispector.

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Meu mundo infinito particular:

Eu, somente eu
Escrito por mim sozinho
Ninguém mais do que eu
Minha voz, sou eu sozinho

De fato é difícil conviver assim
Com tudo aquilo que eu quero de mim
De fato é pesado ter que aceitar
Toda a realidade que sinto no ar

Por isso a poesia não me abandonou
nunca Me deixou
Por isso a poesia não me abandonou
nunca me deixou - A Poesia e Eu #Catedral.


Música e poesia, uma combinação perfeita para que eu entre nesse meu mundo particular, onde a natureza faz rimas só pra mim, e eu vivo infinitas possibilidades.

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